Em mais um dia de otimismo no mercado financeiro, o dólar aproximou-se de R$ 5,40 e fechou no menor valor desde novembro do ano passado. A bolsa de valores subiu pela terceira sessão seguida e atingiu o nível mais alto desde outubro.
O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (20) vendido a R$ 5,417, com recuo de R$ 0,049 (-0,9%). A moeda operou em queda durante toda a sessão. Por volta das 14h30, alcançou a mínima do dia, chegando a ser vendida a R$ 5,38, mas voltou a ficar acima de R$ 5,40 perto do fim das negociações.
A cotação está no menor valor desde 11 de novembro, quando o dólar tinha sido vendido a R$ 5,404. A divisa acumula queda de 2,86% nos primeiros dias de 2022.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pela recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 109.102 pontos, com alta de 1,01%. O indicador está no maior nível desde 20 de outubro. Diferentemente dos últimos dias, hoje subiram as ações de empresas ligadas à economia interna, como varejo, serviços e tecnologia. Em contrapartida, caíram os papéis dos bancos e de empresas ligadas a commodities (bens primários com cotação internacional).
A decisão do governo chinês de baixar os juros da maior economia do planeta trouxe uma onda de alívio no mercado internacional. O país asiático é o maior parceiro comercial de muitos países emergentes, como o Brasil.
Paralelamente, as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano, considerados os investimentos mais seguros do planeta, estabilizaram-se. Juros mais altos em países desenvolvidos estimulam a fuga de recursos de economias emergentes, mas os investidores entenderam que a expectativa de que os Estados Unidos aumentem os juros em breve está precificada (incorporada aos preços dos ativos financeiros).
Em maio deste ano, as vendas de títulos públicos federais por meio do Tesouro Direto, do Tesouro Nacional, atingiram a cifra de R$ 3,9 bilhões. No mesmo mês, foram resgatados R$ 2,14 bilhão. Dessa forma, a emissão líquida, ou seja, o saldo entre papéis emitidos menos os títulos resgatados, foi de R$ 1,76 bilhão.
Aplicações de até R$ 1 mil representaram 59,99% de todas as operações de investimento mensais, mas o valor médio por operação foi de R$ 6.510,26.
O grupo mais demandado pelos investidores foi o indexado à Selic (Tesouro Selic), cuja participação nas vendas atingiu 56,5%. Os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais) corresponderam a 32,7% do total e os prefixados, a 10,9%.
Entre os títulos resgatados, o equivalente a pouco mais de R$ 2,05 bilhões foi readquirido pelo Tesouro Nacional, pelos preços de mercado na data da transação, e o correspondente a cerca de R$ 92,4 milhões foram relativos à data de vencimento – pelos quais o investidor recebe o valor integral da rentabilidade definida no momento da compra.
Quanto ao prazo, a maior parcela de vendas se concentrou nos títulos com vencimento entre 1 e 5 anos, que alcançaram 79,99% do total. As aplicações em títulos com vencimento acima de dez anos representaram 17,94%, enquanto os títulos com vencimento de cinco a dez anos corresponderam a 2,06% do total.
De acordo com o balanço que o Tesouro Nacional divulgou hoje (27), em maio foram realizadas 600,12 mil operações de investimento em títulos do Tesouro Direto. Além disso, o total de investidores com algum saldo em aplicações no programa de vendas de títulos públicos federais atingiu a marca de 1,974 milhão de pessoas, enquanto o total de cadastros cresceu com a entrada de mais 561,06 mil pessoas, atingindo o total de 18,953 milhões de nvestidores – número 72,39% superior ao de maio de 2021.