POLÍTICA NACIONAL
Comissão pede que TCU fiscalize acordo sobre tarifas de Itaipu
A Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC) aprovou nesta terça-feira (6) uma proposta que solicita ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma investigação sobre a atuação da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) em acordo assinado com a empresa paraguaia Administración Nacional de Electricidad (Ande) e a Itaipu Binacional. O objetivo é averiguar os impactos financeiros e legais desse acordo, que trata da manutenção da tarifa de energia da usina de Itaipu.
A Proposta de Fiscalização e Controle (PFS) 1/2025, apresentada pelos senadores Esperidião Amin (PP-SC) e Dr. Hiran (PP-RR), pretende esclarecer os termos de um acordo firmado em 2024 que manteve a tarifa de energia elétrica de Itaipu para o Brasil em US$ 16,71/kW até 2026, apesar da quitação da dívida de construção da usina, em 2023. Conforme acordo anterior, esperava-se que essa quitação resultasse na revisão das bases financeiras do Anexo C do Tratado de Itaipu e, consequentemente, em redução tarifária.
A ENBPar, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, e a Ande (responsável pela geração, transmissão e distribuição de energia no Paraguai) dividem o controle de Itaipu Binacional.
Debate
Os autores da proposta alegam que, em vez de iniciar esse processo antecipadamente, o governo brasileiro “direcionou os recursos antes alocados à quitação da dívida para programas de ‘responsabilidade socioambiental’, impedindo que os consumidores brasileiros se beneficiassem de uma redução tarifária na energia gerada por Itaipu”.
— Em 2023 foi pago todo o conjunto de empréstimo tomado pelo Brasil para construção dessa obra épica. (….) Os custos da energia, evidentemente, baixaram. O ativo está completamente solvido. O que está acontecendo é uma coisa muito criativa, a Itaipu Binacional virou parceira do governo — expôs Esperidião Amin.
— São recursos que deveriam ser utilizados para diminuir o valor da conta de energia do consumidor cativo, num sistema que está precisando ser reavaliado — complementou o senador Rogerio Marinho (PL-RN).
Para o senador Marcos Rogério (PL-RO), essa é uma “discussão legítima, necessária e inadiável”.
— A Binacional não para de produzir, não para de gerar; aliás, é uma das estruturantes mais importantes do Brasil. (…) Quando a gente fala desse problema da Itaipu Binacional é preciso ter a compreensão de todo o complexo do sistema elétrico brasileiro. O anexo C, que é o cerne deste debate, precisa avançar — salientou o senador, ao apoiar a proposta.
Já o senador Jaques Wagner (PT-BA) ponderou que é obrigação do Senado fiscalizar; e da empresa, prestar informações, para que seja esclarecido se há o “bom uso do dinheiro público”.
Relator da matéria, o senador Sergio Moro (União-PR) acolheu a proposta e destacou a importância da fiscalização diante da negativa da ENBPar em divulgar os termos do acordo, mesmo após determinação da Controladoria-Geral da União (CGU).
A omissão, segundo Moro, viola o princípio da publicidade previsto no artigo 37 da Constituição Federal:
— De fato, a falta de compromisso com o princípio da publicidade que a ENBPar demonstra ao desobedecer à decisão da CGU levanta suspeitas sobre a legalidade e sustentabilidade do acordo firmado e impede que a sociedade brasileira o avalie, comprometendo a confiança da população nas instituições públicas — afirmou o relator.
O relatório alerta ainda para possíveis prejuízos financeiros decorrentes do acordo, como o déficit da Conta de Comercialização de Energia Elétrica de Itaipu em 2024 e a possibilidade de aportes do Tesouro Nacional à ENBPar para cobrir perdas. Entre os pontos a serem apurados, estão: os riscos à ENBPar, ao Tesouro e aos consumidores; as causas do déficit de 2024; a possibilidade de novos déficits e suas consequências; e os valores e critérios de aplicação dos recursos em programas socioambientais.
Moro esclareceu que a PFS não contraria decisão anterior do Supremo Tribunal Federal (STF), que vedou fiscalização direta do TCU à Itaipu Binacional, pois a proposta limita-se à auditoria na ENBPar, empresa pública brasileira sobre a qual o órgão tem competência constitucional de controle.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado
POLÍTICA NACIONAL
Governo e entidades defendem reforço na fiscalização e proteção ao consumidor em apostas esportivas
Representantes do governo e de entidades de defesa do consumidor defenderam nesta terça-feira (11) o aperfeiçoamento das regras de fiscalização e proteção ao consumidor no mercado de apostas esportivas. O debate foi promovido pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, que analisa propostas sobre o tema.
A representante do Ministério da Fazenda, Andiara Maria Braga Maranhão, afirmou que a Lei das Bets tornou o setor mais seguro e transparente ao estabelecer normas de outorga, fiscalização e responsabilidade social.
Ela alertou, no entanto, que propostas como o Projeto de Lei 2663/25, que prevê a revogação da norma, trariam insegurança jurídica e deixariam o consumidor muito vulnerável.
Segundo Andiara Maranhão, a criação da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), em janeiro de 2024, deu início a uma nova estrutura de regulação do setor, antes marcado por uma “zona cinzenta” jurídica. A secretaria passou a atuar na outorga, fiscalização, monitoramento, promoção comercial e jogo responsável, publicando regras sobre transações de pagamento, publicidade, certificação de jogos e prevenção à lavagem de dinheiro.
Ela destacou ainda que a Lei das Bets é uma das legislações mais protetivas ao consumidor no segmento. “A norma reconhece a atividade como serviço público e relação de consumo, aplicando integralmente o Código de Defesa do Consumidor”, afirmou.
A representante lembrou que a legislação proíbe a participação de menores de 18 anos e restringe a publicidade de apostas, vedando campanhas em escolas e universidades, além do uso de crianças, adolescentes ou celebridades que possam estimular o jogo.

Transparência na publicidade
A representante da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Marina Giocondo Cardoso Pita, afirmou que ainda é preciso avançar na regulação da publicidade digital. Ela ressaltou a importância da transparência e chamou atenção para o aumento de influenciadores envolvidos em promoções irregulares de apostas.
“Muitas vezes, influenciadores fazem publicidade disfarçada de ofertas de apostas. E essa prática já configura irregularidade”, afirmou.
Pita lembrou que a Federal Trade Commission (FTC), dos Estados Unidos, define padrões que obrigam as plataformas a oferecer ferramentas para identificar publicações comerciais, o que, segundo ela, favorece a fiscalização e a clareza para o público.
O diretor de fiscalização do Procon-SP, Marcelo Pagoti, criticou a intensidade das propagandas de apostas, especialmente em horários voltados ao público infantil. “O Procon não é contra as apostas legalizadas, mas defende um equilíbrio maior. O consumidor é o lado mais vulnerável dessa relação e precisa de mais proteção”, disse.
Pagoti informou ainda que o órgão tem registrado aumento nas reclamações contra casas de apostas e crescimento do endividamento relacionado a jogos, inclusive em plataformas legalizadas.
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), autor do requerimento da audiência, afirmou que a publicidade das apostas é um dos principais desafios da regulamentação. “O problema da publicidade me parece algo muito sensível, porque todos estão expostos diariamente a uma grande quantidade de anúncios sobre apostas”, declarou.
Bloqueio de sites ilegais
O representante do Ministério do Esporte, Giovanni Rocco Neto, destacou que o Brasil é hoje o segundo maior mercado de apostas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e que mais da metade das empresas que atuam no setor são ilegais.
Desde o início da regulação, o Ministério da Fazenda já bloqueou mais de 23 mil sites clandestinos. Atualmente, o bloqueio é feito de forma indireta: o ministério identifica os sites irregulares e comunica a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que solicita às provedoras de internet a restrição dos endereços.
Rocco defendeu que o Congresso Nacional atribua poderes diretos à Anatel para executar o bloqueio de sites ilegais, sem necessidade de intermediação. “A medida traria um avanço significativo para a fiscalização e o combate às apostas ilegais”, afirmou.
Rastreabilidade das apostas
O representante do Instituto Livre Mercado, Rodrigo Marinho, defendeu a aprovação do Projeto de Lei 3523/25, que estabelece regras para a operação de loterias e apostas no Brasil, como o pagamento automático de prêmios via Pix e a obrigatoriedade do registro do CPF em cada aposta.
Ele também elogiou o uso da tecnologia blockchain pública para ampliar a rastreabilidade das operações. “É uma possibilidade de usar a tecnologia para garantir mais segurança jurídica”, disse.
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados
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