POLÍTICA NACIONAL
Comissão aprova permissão para uso de algemas em adolescente autor de ato infracional com comportamento agressivo

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou, em novembro, projeto de lei que permite o uso de algemas em adolescente autor de ato infracional quando houver reação violenta, iminente receio de fuga ou comportamentos atentatórios à ação policial. Nesses casos, se o projeto virar lei, também será proibida a condução em compartimento fechado da viatura policial.
A proposta considera como comportamentos atentatórios à ação policial:
- agressividade, evidenciada por movimentos bruscos e contrários aos comandos emitidos pelos policiais;
- arrogância, com utilização de linguagem depreciativa em relação aos policiais ou ao contexto da condução;
- desobediência, com não cumprimento ou demora em cumprir as orientações emitidas pelos policiais;
- resistência com a utilização de violência ou grave ameaça;
- subtração ou tentativa de subtrair arma de fogo ou outro equipamento de proteção individual dos policiais.
O texto aprovado é o substitutivo do relator, deputado Sargento Portugal (Pode-RJ), ao Projeto de Lei 2582/24, do deputado Capitão Alden (PL-BA), e altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Estatuto atual
Hoje o ECA proíbe que o adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional seja conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade do policial.
“Embora a legislação proteja os direitos dos adolescentes, é preciso reconhecer que muitos podem representar um risco à integridade física dos policiais ou de terceiros, seja pelo seu porte físico ou até mesmo o estado emocional alterado”, afirmou o relator.
“Em algumas situações, adolescentes podem ter compleição física equivalente ou superior à de um adulto, fator que deve ser considerado em casos de confronto ou resistência”, acrescentou Sargento Portugal.
Para ele, “nesses casos, as algemas são uma medida preventiva, evitando que a situação evolua para o uso de força letal”.
O projeto original exigia justificativa por escrito para o uso de algemas, mas o relator considera a medida “excessivamente burocrática e impraticável em situações de emergência, nas quais o comportamento violento é imprevisível”. Por isso, alterou o texto.
Divergência
A deputada Duda Salabert (PDT-MG) apresentou voto em separado, contrário à proposta. “O projeto define critérios subjetivos para justificar o uso de algemas e condução coercitiva, como ‘agressividade’ e ‘arrogância’, mas esses critérios são imprecisos e abrem margem para interpretações arbitrárias, possibilitando abordagens discriminatórias”, argumentou.
“A adoção de critérios subjetivos enfraquece o sistema de garantias de direitos e expõe os adolescentes a situações de violência, violando a Constituição”, ressaltou a deputada.
Próximos passos
A proposta ainda precisa ser analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Para virar lei, precisa ser aprovada pelos deputados e senadores.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Marcia Becker
Fonte: Câmara dos Deputados

POLÍTICA NACIONAL
Sessão especial na quinta celebra 30 anos da Consultoria de Orçamentos

A Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado Federal (Conorf) receberá homenagem no Plenário na quinta-feira (20) pelos 30 anos de existência. A sessão especial está prevista para as 15h.
O órgão, formado por servidores públicos especialistas, fornece ao Senado suporte técnico sobre contas públicas e fiscalização do Poder Executivo, com repercussões em toda sociedade. A opinião é do senador Marcelo Castro (MDB-PI), primeiro signatário do requerimento para a comemoração. O RQS 304/2024 foi aprovado em maio de 2024.
Criada pelo Senado em 15 de dezembro de 1994 sob a presidência do então senador Humberto Lucena, a Conorf surgiu como resposta à volta do processo democrático, à promulgação da Constituição de 1988 e à retomada, pelo Congresso Nacional, das suas prerrogativas em matéria orçamentária.
A sessão especial é uma das três homenagens à Conorf promovidas no Senado. Em novembro do ano passado, foi lançado o livro Ensaios sobre Orçamento Público, que tem o objetivo de facilitar a compreensão do tema. Há ainda o lançamento de moedas comemorativas a serem entregues aos consultores e colaboradores da Conorf.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado
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