Policial
Alta do dólar desafia agronegócio brasileiro com ganhos e custos desequilibrados
A disparada do dólar, que alcançou o recorde de R$ 6,26 nesta quarta-feira (18.12), colocou o agronegócio brasileiro em uma encruzilhada. O câmbio elevado é um presente para exportadores, mas um fardo pesado para a produção, especialmente em um momento de forte pressão por insumos importados e custos logísticos.
Em um primeiro olhar, a alta do dólar pode parecer vantajosa para produtores de commodities como soja, milho e carnes. A moeda valorizada garante maior remuneração em reais para os produtos exportados, fortalecendo as margens em mercados internacionais.
“Ganhamos em competitividade lá fora, mas isso não significa que os produtores estão tranquilos. O benefício da exportação está sendo parcialmente corroído pelos custos de produção”, alerta o presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende (foto).
Boa parte do que impulsiona a produção rural brasileira depende de insumos importados, como fertilizantes e defensivos agrícolas. Com o dólar em alta, esses itens encarecem rapidamente, comprometendo o orçamento dos produtores. Pequenos e médios agricultores, menos capitalizados, sofrem ainda mais com essa pressão.
Outro vilão é o diesel, essencial para o transporte da safra e operação de máquinas. O aumento no preço dos combustíveis devido ao câmbio eleva os custos logísticos e impacta diretamente o escoamento da produção.
O foco dos produtores nas exportações também afeta a oferta de alimentos no mercado interno. Com menos produtos disponíveis no Brasil, itens como carne e grãos podem registrar aumentos de preços para os consumidores. Esse efeito inflacionário preocupa, especialmente em um momento de recuperação econômica instável.
Internamente, declarações do presidente Lula sobre maior flexibilidade fiscal e a dificuldade em conter a instabilidade econômica aumentam a desconfiança dos investidores. No exterior, a elevação das estimativas de inflação pelo Federal Reserve (Fed) e a revisão no ritmo de cortes de juros reforçam a valorização do dólar, tornando o ambiente ainda mais desafiador.
O que está em jogo?
O agronegócio, principal motor econômico do Brasil, está diante de uma tempestade de fatores que exigem soluções estratégicas. Entre as medidas sugeridas estão:
- Investir em autossuficiência: Incentivar a produção nacional de insumos para reduzir a dependência externa.
- Diversificar mercados: Buscar novos parceiros comerciais pode proteger contra oscilações cambiais extremas.
- Incentivos governamentais: Reduzir a carga tributária sobre insumos e fomentar políticas que estabilizem custos.
“O dólar alto é uma faca de dois gumes para o agronegócio. Por um lado, nos tornamos mais competitivos no mercado externo, recebendo mais reais por cada dólar exportado. Por outro, os custos de produção sobem na mesma proporção, especialmente para insumos que importamos em grande volume, como fertilizantes e defensivos agrícolas”, explicou Isan Rezende.
Segundo o presidente do IA, o impacto é ainda mais evidente para pequenos e médios produtores. “Enquanto os grandes exportadores conseguem absorver parte desse custo com economias de escala, os menores acabam apertados. Para muitos, o aumento nos insumos compromete não só a lucratividade, mas a própria viabilidade da produção.”
Rezende também destacou a importância de ações estratégicas para mitigar os impactos no setor. “Precisamos avançar na produção nacional de insumos e maquinários, reduzir a carga tributária e fortalecer nossa logística. O agronegócio é o motor da economia brasileira, mas, sem um ambiente mais equilibrado, enfrentaremos desafios crescentes para manter essa posição.”
“O dólar em patamares históricos expõe a fragilidade estrutural do agronegócio frente à dependência de importações e à volatilidade econômica. Embora o setor colha benefícios no mercado internacional, o custo interno ameaça a sustentabilidade da produção e pressiona consumidores. Um equilíbrio estratégico, que inclua ações governamentais e inovação no campo, será essencial para manter o agronegócio como um pilar sólido da economia brasileira”, completou Isan.
Fonte: Pensar Agro
Policial
Rondônia bate recorde na exportação de carne bovina
O estado de Rondônia alcançou um marco histórico na exportação de carne bovina em 2024, somando R$ 6,96 bilhões em vendas para o mercado internacional. O valor representa um crescimento de 20% em relação ao ano anterior, quando a comercialização de carne rendeu R$ 5,76 bilhões. O avanço está diretamente ligado ao aumento no número de animais abatidos, que chegou a 3,1 milhões de cabeças, quase mil a mais do que em 2023.
Desde que Rondônia obteve o reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em 2021, a pecuária do estado tem registrado avanços expressivos. O trabalho conjunto entre o governo estadual, produtores rurais e a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) tem impulsionado tanto a produção quanto o comércio, posicionando Rondônia como um dos principais polos da pecuária no Brasil.
De acordo com o governador em exercício, Sérgio Gonçalves, os números refletem o impacto positivo das políticas públicas voltadas para o fortalecimento do setor agropecuário. “Desde 2019, investimos mais de R$ 480 milhões na Idaron e em ações que promovem a defesa sanitária e o desenvolvimento da pecuária. Hoje, colhemos os frutos desse trabalho com o crescimento do setor produtivo e o aumento das exportações”, destacou.
O presidente da Idaron, Julio Cesar Rocha Peres, enfatizou que o reconhecimento internacional foi um divisor de águas para a pecuária rondoniense. “A condição sanitária conquistada nos permitiu acessar novos mercados e elevar o volume de exportações de R$ 4,67 bilhões em 2021 para R$ 6,96 bilhões em 2024. Essa evolução só foi possível graças à defesa sanitária rigorosa e à valorização do setor”, explicou.
Outro dado relevante é o aumento no abate de fêmeas, que passou de 649 mil em 2021 para 1,52 milhão em 2024, quase se equiparando ao número de machos abatidos, 1,56 milhão. Segundo Fabiano Alexandre dos Santos, gerente de defesa sanitária animal da Idaron, a valorização da arroba do boi pode ter influenciado esse comportamento no mercado.
Com investimentos estratégicos e um ambiente sanitário favorável, Rondônia consolida sua posição no cenário nacional e internacional da pecuária, fortalecendo sua economia e gerando oportunidades para o setor produtivo.
Fonte: Pensar Agro
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